1982
– Tião: liderança absoluta.
Muito
embora Saulo tenha feito um governo operoso, voltado para o desenvolvimento
urbano e para educação, com realizações não vista nem anterior nem
posteriormente a ele, não houve cuidado com o funcionalismo e com a classe política,
resultado: o fiasco de seu grupo nas eleições de 82. Basta ver que dos 7 (sete)
vereadores eleitos com ele em 76, todos estavam na sua base no início do
governo. Depois, quando se ensaiou o rompimento dele com Tião, 2 (dois) edis
deixaram seu governo, Assis e Antonio Monteiro, mas Saulo ainda tinha 5
(cinco). No final do Governo, só dois restaram em suas fileiras, Antonio
Olímpio e Biu Parasita.
Tião
que por sua vez tencionava ser a liderança maior da cidade assistia de camarote
a derrocada de Saulo e foi se afastando devagarinho do filho de Seu Carlos e,
quando o velho líder faleceu em Fevereiro de 1982, o espaço estava livre – o
“Mago” da Guritiba não perdeu tempo, sem constrangimento lança seu nome mesmo
sem o apoio da prefeitura, aquela altura muito desgastada.
Tião,
ardiloso, sabia que Saulo era o principal empecilho para seus planos políticos,
assim trabalhava para que o rompimento acontecesse, sem, entretanto, se afastar
definitivamente do governo, alimentando entre os partidários a esperança que
ele viesse a ser o candidato de Saulo. E Saulo, por outro lado tinha a intenção
de ser Deputado Estadual com o apoio das prefeituras de Queimadas e Boqueirão,
onde lá um primo de seu pai, o Sr. Ernesto do Rêgo, era o “manda chuva”. Cá, uma
briga interna, que levasse a uma separação do grupo não era interessante
para seus planos.
O
erro maior de Saulo foi não ter preparado um nome de sua confiança para
sucedê-lo, alimentando a esperança de apoios recíprocos com Tião. Ledo engano.
Ao se afastar do cargo para disputar a eleição para deputado, ver seu vice Biu
Souto com quase toda sua equipe de governo bandear-se para o lado de Tião e ver
Tião apoiar Carlos Dunga para deputado em Queimadas. Sem espaços e sem apoio,
Saulo desiste, ante uma fragorosa derrota em casa.
Mas
Saulo tinha que apresentar um candidato, seus quadros escassearam muito. Ele
procura Zé Miranda, dinâmico professor local, a quem tinha feito alguns favores
durante seu governo, mas este declina. Por fim o candidato é o jovem advogado
Manoel Maria Mendes, com Antonio Olímpio como vice. A dupla não é páreo para
Tião, e Queimadas assiste a uma das maiores “lapadas” em política nas suas
eleições municipais.
Como
já foi dito, os primeiros dissidentes do grupo de Saulo fora Assis Maciel e
Antonio Monteiro e que estes engrossaram as fileiras de Tião, principalmente
como nomes de voz. Tião sabendo que não seria fácil brigar com seu Carlos
(vivo) busca apoio no velho time dos “Vital do Rêgo”, cooptando alguns nomes
como o de Zé Pereira, a quem oferece a vice. Mas, parecendo que já havia um
acordo anterior, para que esse nome fosse Assis, Antonio Monteiro reage, ensaia
um rompimento e é posto como postulante a suplência.
Assim,
completo os quadros principais, restava saber se D. Dulce ainda iria lançar candidato,
ela o faz – com o nome de Jorge Aguiar Leite na cabeça da chapa tendo como vice
a professora Guia Leite.
Essas
eleições foram tidas como uma das mais violentas já vista na cidade, superando
a de 62. Atentados a bala, intimidações, tentativa de arrombamentos, agressões
físicas e uma série de violações praticadas pelos dois grupos dianteiros,
principalmente pelo esquema de Saulo, que via uma derrota vergonhosa pela
frente, muito embora tivesse o apoio aberto do governo do Estado, onde
Patricinho Leal, primo de Saulo, era Secretário de Finanças.
VOTAÇAO PARA PREFEITO
Tião do Rego (vice – Antonio Monteiro) = 5.774 votos (PDS 1) –
eleito.
Manoel Mendes (vice – Antonio Olímpio) = 1.461 votos (PDS 2).
Jorge Leite (vice – Guia Leite)= 591 votos (PMDB).
Eleitores cadastrados: 11.274 eleitores.
Votantes: 8.362 eleitores.
VEREADORES ELEITOS
Gedeão Lopes (Zumbi) (PDS) = 688 votos.
Mario Cardoso (PDS) = 607 votos.
Demontiê (PDS) = 560 votos.
Abel Andrade (PDS) = 515 votos.
Assis Maciel (PDS) = 447 votos.
Severino Araújo (PDS) = 420 votos.
Elilázio Tenório (PDS) = 418 votos.
Raimundo Farias (PDS) = 394 votos.
Anchieta Pachú (PDS) = 374 votos.
Geraldo Pachú (PDS) = 371 votos.
Abdelklim (PDS) = 351 votos.
Diferenças entre os primeiros colocados:
Em
número absolutos de votos: 4.313.
Em
termos percentuais: 55,1%
Tião, foto da época, o prefeito eleito.
Notícia do jornal "A Gazeta do Sertão" sobre as eleições de Queimadas daquele ano.
Francisco Demontiê Menezes foi protagonista de uma das situação mais inesperadas daquele pleito: sofreu um atentado a bala.
Emília Correia Lima, 344 votos e o último suspiro de Dulce Barbosa. Não se elege.
Vereador Abdelklin do Egito Leão.
Material publicitário de Tião em 1985.
Assis Maciel em 2004 - vereador e tesoreiro da prefeitura: principal aliado de Tião.
Depois da derrota de 82, Saulo Ernesto cria, em 1984, uma Fundação que leva o nome de seu pai para lhe dar aporte político em Queimadas. Veja nas fotos abaixo a presença de alguns políticos que se alinhava com ele naquele ano: Antonio Olímpio, Zé Ribeiro, Ricardo Lucena, Edson Batista Lopes, Raimundo Farias e outros.
Material de Campanha de Saulo em 1986: deputado estadual.
GOVERNADOR:
Wilson Braga - 6.526 votos.
Mariz - 648 votos.
SENADOR:
Amir Gaudêncio - 5.125 votos (o candidato de Tião).
Marcondes Gadelha - 1.429 votos (o candidato de Saulo).
Pedro Gondim - 541 votos.
Ney Suassuna - 65 votos.
DEPUTADOS FEDERAIS MAIS VOTADOS:
Alváro Gaudêncio - 5.010 votos (o candidato de Tião).
Antonio Gomes - 1.214 votos (o candidato de Saulo).
Aluísio Campos - 425 votos.
Burity - 196 votos.
Asfora - 106 votos.
DEPUTADOS ESTADUAIS MAIS VOTADOS:
Carlos Dunga - 4.733 votos (o candidato de Tião).
Afrânio Bezerra - 1.200 votos (o candidato de Saulo).
Zé Luiz Júnior - 353 votos.
Manoel Gaudêncio - 170 votos.
Everaldo Agra - 162 votos.
Marcondes, mesmo derrotado em Queimadas foi o senador eleito no Estado.
Burity, ex-governador, teve uma votação pequena em Queimadas mais foi o federal mais bem votado do Estado naquele pleito.
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