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quarta-feira, 14 de julho de 2010

ITACOATIARAS DOS MACACOS 1

A serra que passa pela cidade de Queimadas, margeando todo seu perímetro urbano ao norte, faz parte de uma cadeia montanhosa com mais de 45 km de extensão, que se alonga desde a divisa das cidades de Itatuba e Ingá, indo até o Riacho Bodocongó, entre Queimadas e Caturité. Toda essa cordilheira, se assim podemos chamar, recebe o nome de SERRA do BOBOPITÁ, palavra da língua Cariri, índios que habitavam essa região, da tribo dos Bodopitás ou Fagundes, que significa: BODO = relativo a água / PITÁ = capim grosso (Santos, Brito e Oliveira, 2006), o que justifica o termo BREJO DAS CANAS BRAVAS, primeiro nome do atual município de Fagundes, local onde se iniciou a "civilização" dessa região.
Toda a serra é um complexo rochoso formado por rochas do tipo magmática intrusiva, o que faz aflorar blocos graníticos, que formam lagedos de variados tipos e tamanhos. Em muitos pontos da serra se faz notar a formação de blocos rochosos suspensos sobre tais lagedos, o que os geógrafos chamam de "MATACÕES". Foi exatamente nesses pontos que os índios do lugar, desenvolveram sua grafia rupestre, talvez atraídos pela força magnética de tais blocos de pedras, devido ao impacto visual que eles provocavam, parecendo "coisas" divinas.
Portanto, ao longo de toda serra acham-se tais inscrições rupestres, formando assim diversos sítios arqueológicos. Em Queimadas, por exemplo, hoje já existem mais de 40 desses locais catalogados, trabalho atualmente desenvolvido por professores e arqueólogos da UEPB, que fizeram (fazem) parte de um grupo de estudo e pesquisa denominado PROCA.
No ano de 1996, o PROCA estimulou a criação de um grupo de estudo nessa mesma área aqui em Queimadas, que seria formado por estudantes locais, e assim foi criado o LAQ (Levantamento Arqueológico de Queimadas), formado inicialmente por estudantes do Colégio Professor José Miranda, tendo a frente a professora Zuleide Félix. Foi exatamente esse grupo que descobriu a 'IATACOATIARA DOS MACACOS', conjunto de inscrições que ao invés de desenhada ou pintada, são sulcadas na rocha, o que a torna diferente das demais. Outra peculiaridade de tal sítio arqueológico, é que ele não fica no conjunto da SERRA do BODOPITÁ.
A seguir temos algumas fotos da IATACOATIARA DOS MACACOS.
1º) Local marcado pelo PROCA para identificar o "achado". Foto dos arquivos de Antonio Carlos.
2º) Imagem do bloco granítico onde fica as tais imagens. Foto dos arquivos de Antonio Carlos.
3º) Uma foto do ano de 1997, a pedra ainda bruta. Foto do CD Room Sítios Arqueológico de Queimadas, 2006.
4º) A mesma pedra no ano de 1997, já preparada para os trabalhos dos arqueólogos. Foto do CD Room Sítios Arqueológico de Queimadas, 2006.
5º) Resto de mata que fica próximo ao Riacho dos Macacos, no entorno da Itacoatiara. Foto do CD Room Sítios Arqueológico de Queimadas, 2006.
6º) Trabalho de medição do bloco granítico realizado pelos pesquisadores do PROCA. Foto do CD Room Sítios Arqueológico de Queimadas, 2006.
7º) Pesquisadores do PROCA no primeiro contato com as inscrições. Foto do CD Room Sítios Arqueológico de Queimadas, 2006.
8º) Os pesquisadores do PROCA "preparando" a pedra para o início dos trabalhos. Foto do CD Room Sítios Arqueológico de Queimadas, 2006.
9º) A pedra sendo marcada. Era o "nascimento" da ITACOATIARA DOS MACACOS. Foto do CD Room Sítios Arqueológico de Queimadas, 2006.
10º) No final, as anotações devidas. Foto do CD Room Sítios Arqueológico de Queimadas, 2006.
FONTES:
CD Room Sítios Arqueológicos de Queimadas, 2006. PROCA.
SANTOS, Juvandi; BRITO, Vanderley; OLIVEIRA, Thomas Bruno. A Serra de Bodopitá: pesquisas arqueológicas na Paraíba. JRC gráfica e editora, João Pessoa - PB. 2006.

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