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quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Morte de Félix Araújo

Um dos momentos relevantes da história de Campina Grande foi à morte do vereador Félix de Souza Araújo, ocorrido em Julho de 1953. Félix liderava um grupo de vereadores formado por Manoel Figueiredo, Petrônio Figueiredo e Dulce Barbosa, que fazia uma oposição sistemática ao prefeito de então, o Sr. Plínio Lemos. E, por ser o assassino um funcionário da prefeitura e ligado a pessoas da base administrativa deste, o prefeito foi acusado, por muito tempo, de ser o mandante do crime.

Plínio Lemos fora eleito em 1952 apoiado pelo então prefeito Elpídio de Almeida, de quem Félix era aliado. Houve o rompimento entre eles e o vereador ficou com o último, passando assim para a oposição. Nesta posição começou uma forte investigação das contas do chefe da municipalidade, trazendo constrangimento para este e para seu secretariado. Acuados, alguns passaram a insultar e até agredir Félix. Foi o que fez João Madeira que partiu para as vias de fato com o vereador, chegando a assassiná-lo.

Os livros que contam este triste episódio campinense são unânimes em afirmar que o vereador, que já vivia ameaçado, entrou em luta corporal com seu algoz, depois de ter sido agredido moral e fisicamente pelo mesmo. No auge da luta Félix foi baleado com o projétil atingindo sua coluna. Todo isso aconteceu numa tarde em plana Rua Maciel Pinheiro, no centro de Campina Grande, no dia 13 de julho de 1953, sendo levado as pressas para o Hospital Casa de Saúde, na Prata. Devido aos parcos recursos médicos da época, ele veio a falecer 14 dias depois, na manhã de 27 de Julho de 1953.


Depois do atentado, o criminoso fugiu, indo se esconder exatamente na casa do prefeito, aumentando assim as suspeitas sobre o edil. Dali ele se entregou a polícia, preso foi transferido imediatamente para João Pessoa, porque devido à comoção popular corria sérios riscos de ser morto na detenção. Entretanto, era obrigado a vir frequentemente a Campina para os depoimentos de praxe. Numa dessas idas e vindas, ele acabou tendo que pernoitar no presídio local e lá foi assassinado.

Os autores que narram esses fatos também são unânimes em afirmar que houve certa facilitação para que o atentado acontecesse. O certo é que, na cadeia, na noite de 09 de Setembro daquele ano, João Madeira, o assassino de Félix foi trucidado a golpe de facas e cacetes. Participaram do crime os detentos Luiz Queiroz, José João, José Camelo, Cícero Caetano, Manoel “Doutor”, Severino Branco e “Santo Aguardenteiro”, segundo diz Josué Silvestre em seu livro Lutas de Vida e de Morte.

Mas quem era José João?

José João da Silva, queimadense, natural da Pedra do Sino, filho de Manoel João e D. Sinhá (segundo informações de pessoas do lugar), se encontrava preso no Monte Santo por haver assassinado, também a golpes de facas, no domingo de Feira em Queimadas, o Sr. Apolônio Gomes, este irmão de Zé Gomes da Padaria, por volta de 1950. A contenda dos dois, também segundo populares, se deu por conta de rixa antiga, já que ambos eram visinho de propriedade, Apolônio morava no Oití, sítio que faz fronteira com a Pedra do Sino. Nestas duas localidades ainda moram vários parentes de José João.

Depois do crime de João Madeira, José João foi transferido para o presídio do Róger em João Pessoa onde cumpriu sua pena e depois de solto continuou morando na Capital do Estado, onde faleceu no início dos anos 2000.

A foto abaixo mostra a reconstituição do assassinado de João Madeira em uma das celas do presídio do Monte Santo em Campina Grande. O queimadense José João é o homem que aparece vestido de branco, ao centro, empunhando uma faca.

As fotos e o conteúdo dessa postagem vêm dos dois livros abaixo, nos emprestado pela amiga Silvana Cardoso de Moura, conseguidos junto a bliblioteca do Grupo Escolar José Maria Barbosa Leite, no sítio Macacos desta cidade.
As duas obras, que contam a história de Campina Grande, também trazem várias informações sobre a nossa cidade no período compreendido emtre 1945 a 1955.



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